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HPV e testes rápidos de farmácia são debatidos no 45º CBAC

A recente polêmica sobre os efeitos colaterais da vacina contra o HPV (papilomavírus humano) e a invasão dos testes rápidos nas farmácias, como o de HIV e o de dosagem de Glicose, são alguns dos temas debatidos por especialistas e representantes de laboratórios durante o 45° Congresso Brasileiro de Análises Clínicas – CBAC, realizado entre os dias 17 e 20 de junho, no Centro de Convenções SulAmérica, na cidade do Rio de Janeiro. O evento é promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas – SBAC.

Os profissionais de análises clínicas criticam o aumento da oferta de testes rápidos em farmácias e alertam para a alta probalilidade de erros nos resultados. “No momento em que o teste rápido passa para a banalização, para a ideia de que qualquer um pode fazer um teste em qualquer lugar, começamos a perder qualidade. O teste rápido não deve ter o objetivo de substituir um exame laboratorial. Ele deve ser usado em campanhas, na beira do leito, em emergências e em locais de difícil acesso como um primeiro passo. O desvio de finalidade do teste rápido pode agravar um problema de saúde”, afirma Dr. Luiz Fernando Barcelos, presidente da SBAC.

Dr. Marcos Kneip Fleury (foto), assessor científico do PNCQ e Coordenador da comissão científica do congresso, lembra que em caso de um teste de nível de glicose, por exemplo, o paciente pode tomar uma decisão errada se o exame não for realizado com exatidão. “A farmácia então teria que fazer as mesmas adequações físicas para realizar tais testes”, diz.

Lembrando que o funcionamento dos laboratórios acreditados responde a exigentes regulamentações, como a RDC da Anvisa. Hoje há mais de 21 mil laboratórios de análises clínicas no país, segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNESWeb).

HPV tem maior incidência para pessoas com baixa imunidade

Segundo pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em abril deste ano, cerca de 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos estão infectados com o HPV. Na palestra “A prevenção da recidiva da doença HPV e ação terapêutica das vacinas profiláticas contra HPV”, o professor de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de Santa Catarina, Edison Natal Fedrizzi, desmistificou que o HPV não tenha cura. “É uma doença que ocorre se o sistema de defesa não estiver bem”, afirmou.

Quanto aos efeitos colaterais da vacina contra HPV, Edison lembra que o grau de ocorrência é muito baixo. “Quanto mais nova a vacina, menor o efeito colateral. O medo não faz sentido porque não há efeito lateral grave, exceto a chance de reação alérgica (anafilaxia), cujo risco em nosso meio é de uma pessoa para 1 milhão”.

Como prevenir o HPV

A boa imunidade requer uma alimentação adequada combinada com hábitos saudáveis. Evitar stress, realizar atividades físicas e não fumar são atitudes fundamentais. Mulheres fumantes precisam redobrar os cuidados, porque o cigarro faz com que os metabólitos imunossupressores sejam eliminados pela secreção vaginal, favorecendo assim uma persistência da infecção HPV.

Para o palestrante, o ideal é que todas as mulheres tomem a vacina na faixa etária de 9 a 14 anos, conforme definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

Outra recomendação do médico é para pessoas que já tomaram a vacina para os quatro tipos de HPV, e que desejem se proteger dos cinco novos tipos: neste caso, elas deverão fazer o ciclo completo de vacinação.

Sobre o 45º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas

A cidade do Rio de Janeiro sedia entre os dias 17 e 20 de junho o 45° Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, principal acontecimento do calendário na área. Simultaneamente ocorrem o 6° Núcleo de Gestão e Qualidade Laboratorial, evento que reúne profissionais visando oferecer conhecimento técnico e científico do setor, e o 4° Fórum de Proprietários e Gestores de Laboratórios, encontro que aborda este ano temas relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento do Laboratório Empresa.

O congresso reúne mais de duas mil pessoas, entre farmacêuticos, médicos, biomédicos e profissionais que atuam na área laboratorial, e oferece palestras ministradas por grandes nomes do cenário nacional e internacional, workshops, cursos, apresentação de trabalhos científicos e estudos de casos em áreas como citologia, biologia molecular, hematologia, microbiologia, bioquímica, parasitologia, imunologia e micologia, além de uma área com mais de 60 expositores.

O evento tem grande importância para quem busca aperfeiçoar seus conhecimentos técnicos e teóricos, e dentre os principais temas discutidos estão os testes rápidos, a segurança do paciente, a abordagem multidisciplinar, o associativismo, a gestão da qualidade e novas tecnologias.

O Congresso Brasileiro de Análises Clínicas é promovido anualmente pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. Toda a programação do evento pode ser acessada no site cbac.org.br.

Serviço
45º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas
Data: 17 e 20 de junho de 2018
Local: Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro
Programação completa: www.cbac.org.br