Documento sugere diretrizes para a inserção dos laboratórios nas políticas públicas de Saúde; SBAC lidera reuniões com órgãos competentes
A Sociedade Brasileira de Análises Clínicas acredita no poder dos laboratórios e, por isso, ao longo dos últimos anos, vem trabalhando para a concretização de um marco histórico no setor do diagnóstico laboratorial: o reconhecimento oficial de seu papel na garantia do acesso aos serviços de saúde no Brasil.
Estabelecer uma Política Nacional de Diagnóstico Laboratorial do Brasil irá não apenas inserir o País nas melhores práticas globais, mas também garantir a inclusão, no SUS, de exames laboratoriais comprovadamente eficazes e necessários para a população.
Estas e outras diretrizes estão descritas no documento “Estruturação da Política Nacional de Diagnóstico Laboratorial (PNDL) – análises clínicas, toxicológicas e ambientais – no contexto de atenção à saúde”, que foi desenvolvido pela SBAC e teve a colaboração do Conselho Federal de Farmácia (CFF), da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) e da Federação Brasileira de Análises Clínicas (FEBRALAC), além de associações de laboratórios de todas as regiões brasileiras.
No momento em que as conversas para a incorporação da PNDL à Política Nacional de Saúde avançam, a partir de uma série de reuniões e análises realizadas junto aos órgãos competentes, a SBAC torna público o acesso a esse documento.
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A quem interessa uma política nacional para os laboratórios?
A inclusão do diagnóstico laboratorial na atenção básica é crucial para um sistema de saúde mais eficiente e equitativo, já que favorecerá a sustentabilidade dos pequenos e médios laboratórios do País (aqueles que garantem a capilaridade do SUS), a redução da sobrecarga dos serviços de saúde de média e alta complexidade e a melhoria dos indicadores de saúde da população.
“Hoje, não existe na atenção primária do SUS um local específico para o diagnóstico laboratorial. Essa problematização foi levantada pela SBAC e não condiz com a realidade de que 98% dos exames diagnósticos do Sistema Único de Saúde são realizados por pequenos e médios laboratórios privados. Ou seja, são eles que garantem a capilaridade do sistema – e o fazem sem ter um programa estruturado”, afirma Dra. Maria Elizabeth Menezes, presidente da SBAC.
“Sabemos que há uma desvalorização ou até mesmo uma falta de entendimento pela sociedade quanto à relevância do trabalho dos laboratórios. Mas essa realidade precisa mudar. E por que? Porque quem será beneficiado por isso é, em última instância, a população”
Portanto, o PNDL é também uma chamada para a cooperação entre todos os interessados na promoção da saúde pública brasileira. A adoção das diretrizes internacionais, apresentadas no documento, permitirá que o Brasil se beneficie de uma abordagem padronizada e científica, promovendo uma maior qualidade e acessibilidade aos serviços de saúde.
Uma iniciativa da SBAC
Em junho deste ano, a SBAC apresentou oficialmente a proposta de política nacional para os laboratórios. O anúncio ocorreu durante a 49a edição do CBAC (Congresso Brasileiro de Análises Clínicas), diante da presença de parlamentares e representantes da Anvisa e demais órgãos competentes. Mas o trabalho da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas em garantir a valorização do diagnóstico laboratorial é uma missão que acompanha a entidade em suas quase seis décadas de existência.
“A SBAC percebeu que as chamadas sociedades científicas, não só no Brasil, mas no mundo, também tinham o papel de dialogar com os pares. Foi quando decidiu que não deixaria, em hipótese alguma, de ser científica, mas que deveria começar a mostrar caminhos dentro dos preceitos de qualidade e honestidade no campo das análises clínicas. A SBAC, hoje, é mais do que uma sociedade científica, pois leva não só conhecimento ao setor, e sim a preocupação de que a população seja bem atendida. Isso é acreditar no poder dos laboratórios e dos analistas clínicos”, conta Dra. Maria Elizabeth.
A conquista de um cenário mais favorável aos pequenos e médios laboratórios ocorre em um momento estratégico para o setor: novos conhecimentos científicos e inovações impulsionam o protagonismo das análises clínicas, hoje responsáveis por 70% das decisões clínicas tomadas.
Além disso, há a oportunidade de potencializar o papeol dos laboratórios na vigilância epidemiológica, a partir do fornecimento de dados essenciais para a detecção de surtos de doenças, o monitoramento de tendências de saúde pública e o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças, bem como a alocação eficiente de recursos.
Participe do movimento de valorização do diagnóstico laboratorial!
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